"É ao nível da natureza dos constrangimentos da tarefa (dificuldade, obstáculo ou problema) e dos tipos de empenhamento do sujeito (atenção, esforço físico, compreensão/raciocínio) que as várias pedagogias diferem" (Courtay et al., 1990).
"As pedagogias tradicionais têm privilegiado:
(1) a explicação associada à demonstração, em que o professor prescreve, a todo o momento, os procedimentos a respeitar para realizar a tarefa;
(2) o condicionamento do meio, em que se pretende reduzir os ensaios e os erros.
Actualmente, os especialistas defendem a utilização duma pedagogia de situações-problema, a qual representa um prolongamento lógico dos modelos de acção motora inspirados nas ciências cognitivas e nos modelos sistémicos. Assim, pode dizer-se que se assiste a uma transição dos modelos analíticos para modelos sistémicos, no qual os pressupostos cognitivos do praticante e a equipa são elementos fundamentais.
Nesta linha, torna-se importante identificar os traços que constituem indicadores de qualidade neste grupo de desportos" (Rink et al., 1996):
Ao nível cognitivo
- conhecimento declarativo e processual organizado e estruturado
- processo de captação da informação eficiente
- processo decisional rápido e preciso
- rápido e preciso reconhecimento dos padrões de jogo (sinais pertinentes)
- superior conhecimento táctico
- elevada capacidade de antecipação dos eventos do jogo e das respostas do oponente
- superior conhecimento das probabilidades situacionais (evolução do jogo)
Ao nível da execução motora
- elevada taxa de sucesso na execução das técnicas durante o jogo
- elevada consistência e adaptabilidade nos padrões de movimento
- movimentos automatizados, executados com superior economia de esforço
- superior capacidade de detecção dos erros e de correcção da execução